na escuridão da estrada
estão as pedras
inevitáveis
do crescimento, no
sentido
de passagem atropelada
e sem explicação
sólida.
na clareza do amor
também há pedras,
porque se algo é
criado,
vem sempre da pedra,
a coisa que não sabemos,
a coisa que muda o
curso,
a coisa que assassina,
chamada pedra máxima.
estamos na escuridão
da estrada agora e,
por enquanto, as pedras
que nós sabemos
estão nas nossas mãos.
mas elas virão sem
desespero,
as pedras inevitáveis,
pedreira,
as pedras maiores que
amassam
e as menores que se
infiltram
no sangue e debaixo das
unhas.
e quando vierem, é
provável,
estaremos de olhos
fechados
e as pedras em nossas
mãos,
fechadas de medo e de fúria,
justificarão nossa
esperança,
uma última vez ainda e
mais,
o sangue da carne
apedrejada.
Um comentário:
Coro Leonardo, gosto da sua poesia. Inspirou-me num momento difícil: http://olinguado.blogspot.pt/2016/12/aqui-te-embalo-para-sempre-em-meus_29.html
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