ao romper do osso,
jaz o equilibrista
azulado
com a corda na volta do
pescoço.
um pente de areia varre
os ossos velhos
rompidos,
entre as unhas sobram
filetes de coisas
mortas.
nas papoulas do
esquecimento
jaz o homem-tocha,
azul.
na peruca das horas
nasce o filho sem
olhos.
as sobras do passado
carregamos entre as
unhas.
nas cutículas do tempo
carregamos o amor,
azulado.
se roemos vorazmente,
osso com osso, unha com
dente,
é porque o domador
de leões foi engolido
vivo.
o passado
desgovernou-se
em presente marinho
e no filete do sangue,
no filho sem horas,
na sobra das unhas,
no tempo dos ossos,
trazemos o amor,
azulado.
Um comentário:
Esse é o meu preferido da última leva!
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