7.2.13

"soneto para claudia"


te conheço há doze anos e te conheço há um minuto,
nós nunca vamos conseguir resolver essa questão.
até aqui estávamos jogados, sem saber do mundo,
agora estamos perdidos, abraçados em nossa porção.

te amo há doze anos, mas te odiei por tantos minutos,
porque somos um espelho invertido e nele podemos ver
o quanto andamos tortos por tantos anos como vultos,
e então nos revemos sós, mas na solidão há um poder.

sós seremos, mas juntos poderemos ser sós e felizes,
não há esquema prateado que dure uma vida completa.
dê-me sua mão apenas e aprendamos a ser aprendizes,

não precisamos de conjugações futuras ou palavra reta.
contigo quero um filho de cabelos ruivos e olhos de indio,
e ele será o refugo de Weimar e o mistério das florestas.