17.5.16

“te amo, garota plutônica”



quando me agarra pelas bolas,
quando puxa a faca ou me ignora,
eu fico tonto sem saber o que fazer,
eu viro os olhos, eu rezo mantras,
me torno lentamente um sicofanta,
porque eu te amo, garota plutônica,
ou talvez eu seja viciado em você.

quando te vejo, gótica de pracinha,
intensa, psicopata, bruxa, sombria,
um vulcão siciliano cai sobre mim,
estou na chuva, na boca de fumo,
nem sei mais o que sou, não durmo,
porque eu te amo, garota plutônica,
minha vida é apenas uma rima ruim.

eu te acompanho pelos cemitérios,
eu lambo a tua casca antiga e séria,
tua raiva, teu descontrole me guiam
no beco sem saída da paixão raivosa,
deusa vulcânica, te apanho na fossa,
porque eu te amo, garota platônica,
sou um gato de rua diante do teu cio.