agora fumo um cigarro
inteiro,
na feira, debaixo da chuva
forte.
preciso de um perigo
suave, que
seja ao mesmo tempo sem
risco,
mas imediatamente, então
fumo
na chuva que avança e
fica feia.
porque sempre após a
chacina,
uma enxurrada lava o
sangue
dos que não deveriam morrer,
e passa o recado da
inundação
de uma espécie de praga fixa,
que somos nós, os ainda
vivos,
nesses tempos de morte e
qual
foi o tempo humano diferente?
nós viemos para saber a
morte
e não para falar sobre
ela, aqui
– na chuva, a gripe, fim
da feira
– arremesso-me
covardemente
no meu perigo suave: o do
fogo
que luta contra a água, e
ganha.
estou do lado do fogo, por
isso
sou grato por toda coisa
frágil,
como o fogo que não assassina
e luta belíssimo contra o
vácuo
e a favor do trovão
dentro de si.

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