para carla, diogo & laura
tu, escravo de madeira,
ferrolho de lobotomia,
moedor contrabandista:
trabalhas, feio, no breu,
jesus da classe operária.
te encontro neste livro
que o diogo aconselhou
e carla com fé escreveu.
teu nome parece banda
punk latina ou japonesa,
roque progressivo
inglês
ou nome de sorvete bom.
mas o critério
indochino
que move os teus murros
revela a violência
choca
com que damos bom dia.
mais rápido que um
pilão,
agiota pacífico do
coração,
carregas até o fim
poemas
menores que o teu
esforço.
como este que se
esconde
por trás da casa-fantasma
onde vivem crianças
órfãs
e os livros que desejamos.
monjolo que une o
desejo
de triturar e também
criar
outra vida dentro da
boca.
vida que favoreça a
pausa
forçada de quem despenca.
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