sobre ossos e ódio
continuar a nascer.
a cabeça do vacilo
já não precisa mais
de frases violetas
para ficar sem ar.
fé que se enforca
na corda do final,
saudade que dilui
a memória inútil
da desaprovação.
entre sinos e sobras
repartir as doenças.
dilúvios ou pombos
estão desaparecidos
e os poemas secam
no varal desalmado
de uma crua solidão.
em desespero ouço
as vozes de amigos
que escorrem surras
pelos narizes da paz
de uma tumultuada
possessão de ruínas.
mais uma vez faz frio,
pondera-se o fascismo
com bolhas de perdão
por nossos equívocos
diante do bom negócio
no coração silencioso
do nosso maior medo.
desabar no mistério
em que se acumula
sua impermanência,
sonho voraz – hino
de corrente folgada
aos pés do suicídio.
o carnaval do corpo
obriga ao sacrifício
dessa lúcida paixão
abotoada no castigo
pelo bem do esforço
de quem traz a cruz
e guarda o mistério.
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