quero aqui no meio desta
confusão poder aprender
a estar desatento de
mim
sem, com isso, me
perder.
observo os tipos
vaidosos:
o que conta seus ganhos,
o que conta suas
perdas,
o que diz como não conta,
o que conta como não
diz.
quero ser o que não
conta
mas sabe o que não
conta
e, sem contar, se esquece
e se esquecendo aprende.
fazer do pequeno,
grande
e, do grande, o que
passa
sem deixar grande
rastro.
olhar para o varal
vazio,
tão perfeito de
ausência.
não pensar na roupa
suja
mas no corpo que cobriu
a roupa suja com
sujeira.
derrubar todas as
portas,
receber o que sem nome
vive atrás do meu
futuro
e morre além do passado
na mata funda da
clareira.
participar da grande
feira:
os bolsos cheios de nada,
com a fome dos planetas.
arrancar por fim os
olhos
e tomar banho no escuro:
escorrer no ralo do nome.
dar migalhas aos
filhotes,
deixar sem fazer
barulho
o leão dormir com fome.
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