quero a coragem
agasalhada,
ser o meu pequeno
sabonete.
calma, calma, diz a
serpente.
você jogou pedra na
estrada,
agora vai recolher as
pedras,
esquecer a hora da
chegada.
um poema feio pode
servir,
um amor pequeno,
limpeza
para o ódio imenso que
era
viver sem poder viver
aqui.
agora você está e não
sabe
o que fazer com a
presença
abandonada com as pedras
que davam ar de
resistência.
jogar a toalha, só dá
na luta,
essa não vista e que se
deve
lembrar na alegria e no
luto,
sentir como quem tem
febre.
chamar o nome
verdadeiro
do que sem nome te
matou,
repisar a tua glória
rasteira,
rasgar a pele do teu
horror.
por odiar poemas rimados,
abandonava o falso
critério
com que se carrega o
fardo,
peso fúnebre do que é
sério.
mas um braço aqui te
pega,
te traz leve no
pensamento.
ainda odeia, mas não é
cego,
ainda é burro, mas é
atento.
vem o dia, de hora em
hora,
você não vê, mas ele
acena,
em que a ira perde a espora
e a pouca sorte será poema.
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