nada se revela ainda,
é cedo para não tentar
mais uma vez.
aqui se vai mais um
pensamento
no lugar de um espelho
bom.
fluindo escapando em
recalques
sobre como ser um
nanico
em meio a gigantes
ciclopes
com olhos de anzol e
fúria.
melhor a pele em
ganchos
nas carnes da minha
culpa.
gritar seria a mão do
gênio,
mas organismos esperam
todo um ciclo de
catástrofes
para o que sempre se
calou
transformar-se noutra
língua.
aqueles que amamos mais
–
mortos que embelezam a
vida
com sua pitada d’eu-estive-lá.
torcer o nariz depois
cair de joelhos
é ritmo para um herói
romano
– uma cartilagem reta
de tesão –
e levo comigo um nariz
indígena
e na minha testa não
percebo
o que vai escrito
enquanto evoco
serenidade nas ruelas
do meu ser.
caído do mastro observo
impune
a fuga repentina da
tripulação,
enquanto machados de
plumas
aguardam a cabeça hesitante,
querente dos prazeres
mesmos
que beiravam as cartas
de napoleão.
rumo à antipatia que
trazem
os amantes joviais
muito magros
a quem prejudico com sorrisos
de silêncio viril
sedento de ternura,
aquele mesmo silêncio
de faca
tão calmo que nos completa.
ruborizo na imensidão
da minha fraqueza,
dou a curva na piedade
com escoriações,
vago no óleo de uma
máquina em apuros,
nova centopéia cega com
suas cem patas,
na boca de um eclipse
na juba de um leão,
uma nova máquina me
domina em mim.
voltei a violentar as
palavras
naquele caderninho sem
pauta,
talvez de medo que elas
venham
quando eu não estiver
pronto.
ainda posso ver um
rapaz magro
cheio de poeira e
queixo prognata,
esse já não virá mas
não me larga.
entender o caos que me
abandona
enquanto o carro das
revoluções
passa diante dos meus
olhos acesos.
num fim de feira fixo a
preço baixo
vejo meus amigos
tornarem-se bustos.
minha bondade arranca a
mão de deus.
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