8.6.18

“maninho”

para italo diblasi

vejo uma cidade linda e cinza
saindo das tuas palavras –
prestes a se acabar.

sei que hoje vais ver um filme
com alguém que te ama –
tenho feito coisas assim.

quem diria, maninho, nós dois!
às vezes fico meio pasmo
por gostar tanto de ti.

passei a semana numa banheira
tomando banho de espuma
e sentindo prazeres fáceis.

acho que ser rico deve ser duro.
veja quantos se suicidam
e sempre dizem: mas ele!

fato é que voltei e já era hora!
eu gosto de sentir as ruas
que você descreve bem.

nossas tripas escalam o maciço
desse desalento visual –
nossas almas rangem.

nosso apocalipse é mais doce
porque morremos juntos
e nunca nas horas vagas.

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