machucados e alegres
tocamos a revolução.
uma revolução que é
ao mesmo tempo ser
condescendente com
nossos vícios e vetos.
se pagamos as contas
tornamo-nos tristes.
se não pagamos, então
periga nos matarmos.
as antigas gerações
nos pedem fiado
uma gosma chamada
“noblesse d'esprit”.
damos nomes
a nossos filhos
de heróis caídos
que já se foram
e que no fundo
nós duvidamos
se algum dia
já estiveram.
nosso cotidiano revolucionário
consiste em nunca estar
salvo,
mas estar sempre
precisado
de algum tipo de
salvação.
com essa falsa
expectativa
untamos nossas artérias
de plástico duro como
são
as tubulações de hoje
em dia.
amarrados em árvores
floridas
sorrimos e sapateamos a
morte
essa fruta mais
estranha bem ali
indiferente ao nosso
lindo pomar.
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