faço os supercílios de
escovas
para arrancar meu corpo
da cruz
e trazer algodões doces
na alma.
assobiar os lamentos
sanguíneos
aos que amam e aos que
perdem.
obedecer ao sacrilégio
das patas
que com cascos sabem
dar adeus.
com a benção do poder
superior
honrar os beijos dos
iniciantes
sem temer que o cinza
que se vê
nos lábios que eu faço
de cinzel
seja tudo que não vi
quando fiz
da língua um barbante
de limo
e da poeira aos poucos
o rastro
verde de um catarro
aniquilado.
faço das unhas nas
paredes a voz
que como nada mais pode
perder
avança sem pensamento
no vazio
da ruga ancestral que
emporcalha
a beleza da queda pela
melhoria
com que torço como se parafusos
orelhas ao premeditar minha
fuga.
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