mais
uma vez aqui,
e
já há tanto tempo,
na
agressividade seca do instante,
no
acelerador de partículas da alma,
no
refúgio dos corações enferrujados,
nas
bolas de fogo dentro dos bolsos,
nos
narizes avermelhados de amor e ódio,
nos
catarros do receio e da culpa esculpida,
na
síndrome das pernas agitadas e da boca
imensa
e cheia de tiros trêmulos.
mais
uma vez aqui,
e
já há tanto tempo,
hóspede
na terceira classe
de
um trem descarrilado,
robô
que foge da chuva,
da
chuva ácida de xangai,
mitologias
esfareladas
com
restos de animais à mesa,
junto
apenas na distância
que
separa o horizonte
de
toda esperança.
mais
uma vez aqui,
e
já há tanto tempo,
na
vergonha de não conseguir,
na
vergonha de seguir tentando
não
conseguir para permanecer vivo,
vivos
estamos, pensamos todos,
é
preciso não conseguir para estar vivo,
é
preciso saber sempre pela metade
e
da outra fazer o calvário
muitas
vezes silencioso e sem músculos,
da
doce passagem tumultuosa,
com
imensas dificuldades,
por
saber muito mais
do
que seria bonito saber.
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