preciso outra vez que
entrem nuas
pelas dobras dos meus
intestinos,
pelas paredes da
verdade impura,
estejam nuas quando o
assassino
mostrar a faca do
discurso aberto
que inunda veias de
sangue verde.
quero teu corpo muito
mais perto
e, se preciso for,
entre parêntesis.
vos quero nuas e até
paupérrimas,
de nudez pobre,
estéreis de rima
na ventania dos meus
cem olhos
costurados como em
holocausto.
tal qual sol de
meio-dia em zênite,
lendas reclamam o trono
deposto,
o novo rei é só parte
de um ciclo.
voltem nuas e afundem-se
sobre
meu peito – rompam meus
olhos
com o arranha-céu do
meu gasto.
contornar a tripagem do
descarte,
ser sem culpa o segredo
salgado
e arder nas gengivas do
desgelo.
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