Toulouse-Lautrec
Estas linhas serão preenchidas porque me
sinto muito abatido. Completo as linhas disso com que não consigo completar meu
sentimento. Sou aquele homem ao meio. Convulsão da selva em paralisia de boulevard. Ainda assim, sento-me à mesa
do bar, abro o caderno, peço uma bebida. Hoje sou o pequeno gigante à mesa,
atento e desleixado junto ao seu material, à sua substância. Com paciência ouço
os grunhidos dos embriagados: os únicos que sentem o peso da noite sobre a
Terra. Preciso manter-me atento, engolir rápido o líquido e me ater ao papel.
Hoje serei isso. Uma visão limitada por cinturas, mais esguia que uma fresta,
suplicante de membros que não saibam falar.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2012.
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