ah, como deve ser bom estar com uma mulher
semi nua, de cabelos cheios, muito magra,
e que todos chamam de “a sua mulher”, e ela
de repente tira o roupão, e já não há mais nada
entre ela e a história, mas você grita, a rejeita
com solenidade, com certa rudeza, é verdade,
ela se aproxima, no entanto, felina, ela põe
os pés na braguilha do pintor, e ele apenas tira
o pé dela de lá, ela é linda contrariada, magra,
e não satisfeito o pintor diz: “com você não”,
pois haverá um encontro secreto mais tarde
com uma modelo francesa, também magra,
e ela estará esperando por você totalmente nua,
num quarto de hotel onde você poderá pintá-la
de quantas formas o uísque lhe permitirá pincel,
e o retrato ficará tão sensual, tão colorido que
você terá a vontade de, sem força, deflorá-la
e ela aceitará isso como prova de amor à arte,
e, em casa, a mulher que chamam de sua estará
ainda disposta a recebê-lo, como aquele soldado
que volta da guerra complicada, e a única prova
de amor que ela lhe pedirá é que lhe conte tudo.
2 comentários:
muito bom mesmo, moço.
o garo que não é pérola!!!
lindo demais. bjs. MM
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