esta noite seremos os peripatéticos.
cheiraremos as flores de plástico,
daremos, cegos, as mãos aos cães,
cortaremos fora os próprios braços,
beijaremos, nus, falsos espelhos.
nós arrasaremos todos os sorrisos.
criaremos traumas do amor desfeito,
lembraremos metas, mijaremos tinta.
falaremos ao demônio da nossa causa
sem vergonha de ser a parte alheia
da metade insólita que estragou a fruta,
de ser a causa bruta sem eira na beira
assassina que foge à hora da espera
pelo tombo do noivo na porta da igreja,
pelo choro constipado em juras poéticas.
nunca mais a lembrança do instante vago
de ter apagado o rosto da mãe cavilosa.
7.10.07
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