o fim é sempre solene, o fim é beleza convulsiva.
o problema do mundo é com você desde o princípio.
sim, você mesmo, que pede licença antes de matar,
que olha sempre à frente na pista de atropelamentos.
você que suga a vida com sorrisos feridos de gazes,
você sujeito que prega com as veias da segregação
e fura o olho do sol com seu hálito marrom de cicuta.
isso é para você que emudeceu o grito do amor petrificado,
você que detona montanhas de loucura com regras de medo,
você que é a vergonha da satisfação através da luxúria surda,
você força calva do erro magnético sob as dores de amanhã,
você pessoa com sonhos torpedeados pelo desejo exclusivo,
você que perfura vidas com sorrisos como estacas de gelo,
você pessoa ajustada e cênica, pessoa com garras nos olhos.
você que sobrevive aos cuidados do oposto ao genocídio,
a fim de custear suas causas estáticas e chumbar a culpa.
você que sonha com celas apinhadas e vive da lei diária
que esfacela as impressões digitais daqueles que falecem
sem ter tocado a luz que ilumina o rosto nunca antes visto.
que deforma ácido a lava seca vulcânica do amor desativado.
você que anima as rodas sociais com frases retas sem ânimo,
porque o ânimo seria a dúvida de que algo possa estar errado.
e empilha dilemas secretos sobre asas de anjos decapitados.
você com tanto medo de viver que cria o sim do que nega.
você que é o resto da porção eterna do erro final do tempo.
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