6.11.06

"Soneto do Amor Total" (Vinicius de Moraes)

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te enfim com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


A obra-prima acima foi enviada por Paula Merlino, sob a seguinte justificativa:

Léo, acho que Vinícius foi o primeiro poeta que eu conheci e amei, no tempoem que eu ainda achava que "no meio do caminho tinha uma pedra, tinha umapedra no meio do caminho" era só mais uma das músicas do meu pai (ainda nãohavia para mim o Drummond)...Esse soneto eu descobri quando era adolescente e me apaixonei pelo meuprimeiro namorado... Fiquei sem entender como ele conseguia traduzirexatamente o que eu sentia, e acho que continua me traduzindo sempre que meapaixono de novo. Por isso acho que é o mais especial, pois participou demaneira especial de um momento muito especial pra mim: o momento em queencontrei o primeiro de todos os muitos homens da minha vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

" acho que continua me traduzindo sempre que meapaixono de novo."

o amor não tem erro. é sempre o mesmo. e puxa vida, é sempre novo.