eu
nunca poderia imaginar que,
no
ápice de um ciclo desgraçado,
mas,
na verdade, não de todo,
eu
me apaixonaria por alguém
não
por ser uma pessoa amável,
curiosa,
um mistério, paz louca,
esfinge,
musa grega, egípcia,
vênus
de milo, esses delírios
infantis
que costuram a carne
e
perdemos conforme vamos
ficando
mais perto da morte.
e
quem diria que, meio velho,
meio
homem, meio palhaço,
meio
gengis khan, fecundaria
teus
olhos com essa areia suja,
escalaria
a tua duração úmida
no
presídio dos meus braços.
no
meu gulag de perseverança
serias
tu catarina, gigantesca,
criança
adulta, nariz-holofote
que
viu na tímida fermentação
o
desvio de um parapeito frio
que
alcança o sol da meia-luz,
já
que, deslumbrados, vimos
a
luz na máquina entre flores
arrastando
com nossos cheiros
as
carcaças das nossas dúvidas
na
colisão do que, aflito, treme
e
se arrasta de um canto a outro,
na
ponta de um mesmo segredo.
aquele
que, quando perguntam,
esquecemos
e, ao esquecermos,
sabemos
melhor do que ninguém.
06 de junho de 2025
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