para criar a beleza,
não do amor
ou da liberdade, mas
da solidão eterna,
é preciso viver
e morrer
num calabouço.
devo ao surrealismo
as amizades obesas
e o prêmio de ferro
do trauma educativo.
até aqui tenho sido
tão somente um
adolescente senil.
opto pelo acidente
porque, em arte,
só os preguiçosos
são capazes de fazer
coisa que preste.
de onde estou vejo
as tetas de deus
por toda parte.
deus essa cadela
romana leiteira
super preguiçosa.
é preciso tomar
as tragédias
com filosofia
ou então salivar
em público.
se leio é apenas
para me encher
de amor e dividir
ossos quebrados
com gente canina.
já não rasgo a pele
na escola superior
da cicatriz inchada.
a vida é um bolso
de sustos costurado
com linha finíssima
e agulha infectada
na testa da sorte.
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