observação não há, mas os cascos
que trouxeram até aqui
se mastigaram
nas pedras como dentes,
as costas
são eretas porque
paraste de morrer,
não totalmente, é
claro, porque viver
deve sempre entorpecer,
já que é algo
que se nos empurram
corpo adentro,
porque observação não
há, sabemos
que viver é estar fora
enquanto queria
un gran pogo de rock un beso
un cuchillo,
uma consulta lacaniana
sem fim no teu colo,
um pesadelo em que os
analistas sorriem
e trazem pedaços de
carne nos dentes
e não se observa nada
nessa nova identidade,
um fundo verde e uma
pessoa amarela
no centro do fascismo
canarinho rumo ao sul,
escape inevitável na
ponta do funil de prata
por onde vai a merda que
será bicho novo
que, minúsculo, comerá os
bichos enormes
trazendo humildade, uma
estátua de Confúcio,
cinco metros de metal no
céu azul de septiembre,
que fica um mês mais
bonito escrito assim,
essa utopia de cabeludas
crianças passageiras,
os mil caninos de um compromisso
selvagem,
no desejo de quedarme e pintarme de azul.
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