você arrancou adrenalina
de uma flor de lótus.
nunca foi sorrateira,
pernas e peitos abertos
às doenças dos séculos,
aos homens quebrados,
ao parto sem término
de uma grande explosão.
você corre limpa e sem
sono
agarrada aos testículos
de deus
como um modelo de
caravaggio.
pequena operária sem
descanso,
saiba que há muita
gente insone,
olhos graves em quartos
escuros,
com mentes iluminadas
de amor
por você e por outras
como você.
é desse tipo a tua
legião, ragazzina,
um tipo que sofre rindo
e jamais
perde a luz – diz a luz
e traz a luz
na selva em que você
caminha
com passo de camponês e
a fina
tristeza que permite
dar as mãos.
cavalo selvagem do
ancestral,
roqueira
pré-chuck-berry-elvis,
anarquista italiana na
fissura
de um exílio que não
termina,
porque trazemos em nós
as ilhas
onde o sol tortura o
pensamento
e torna os homens
achatados,
atômicos em corpos
apertados.
e você veio para abrir
o corpo,
prima de todos,
primeiríssima,
esticar os ossos e
fazer tambor
com a pele dos grandes
desejos.
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