eu também sou filho
do apodrecimento
de anos ideológicos:
pérola dissolvida
no vinagre do tempo.
fiz amor com irmãos,
irmãs, assim fecundei
minha tribo selvagem
com aleijados morais.
todos sabem que não
se pode confiar nunca
no que disseram de ti.
a decadência canibal
no ápice da tua tribo
infesta de misticismo
tua arte geométrica.
sede de glória funda
teu sangue fratricida
nos cavalos do medo.
a tua cloaca máxima
é um convite aberto:
venham os canalhas
marginais do mundo
rezar na tua cartilha.
mãe de grandeza puta
nas tetas de uma loba.
irmãos que se odeiam
e se amam com fome.
com estupros e saques
ergueram tua fortaleza.
entre cuspe e pedradas
forjaram a tua louca fé.
tua função delinquente
é a trava na garganta
da tua triste mãe
grega.
porque trazes a fúria
misteriosa da floresta
e carregas a tua besta
ao trono da catástrofe.
a vida: essa pilhagem.
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