29.10.21

"soneto ao poeta rico de esquerda"


ri de tudo a poesia burguesa

e faz da ideologia essa moeda.

de bolso cheio vem o zé-cuzeta

dizer que idolatra o marighella.

 

cordeirinhos em pele de raposa,

gritam e gostam de fazer tumulto.

engajados porque fumam maconha,

enriquecem pela porta dos fundos.

 

mas a mim essa gente não engana:

sem dentes, a fome não dá risada.

confundem empatia com a fama,

 

enchem a rede com boas tiradas.

de riso em riso, seguem cantando,

empobrecendo a causa operária.

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