só consigo pensar
em karen carpenter
e suas roupas folgadas
e seu jogo de beisebol:
a melhor entre os boys.
depois sua arcada,
os dentes de karen,
os dentes flutuantes
em direção ao abismo.
coisas que enterramos
mas que nos esperam
por debaixo das unhas.
como uma ilha sem mar
ou uma forma de visão
em que nunca somos
bastante ao que vemos.
não consigo, karen,
parar
de escutar o teu
contralto.
é difícil, eu sei, no
escuro,
acabar de começar,
agora
que a fome de mil
crianças
com skates e
achocolatados
se debruça na tua
síndrome.
elas trazem a tua
canção
como o segredo dos
cílios
em tempos mais
dinâmicos.
estamos enterrados
agora,
mas nossos ossos
sussurram
a carne excedente de
deus
– a beleza de, aos
poucos,
se dissolver para
sempre
no mistério da
comunhão.
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