17.4.20

“moedas, amigos”


o medo bate à porta,
a fé então responde:
não tem ninguém aqui.

não sei se estou calmo
ou se estou deprimido:
ficou velha a indecisão.

humildade é o silêncio
perpétuo do coração:
sentar por uma hora.

procuro pelas músicas
que os amigos ouvem.
fecho os olhos, escuto
como fossem um beijo.

conto minhas moedas
e torço pelos amigos.

mesmo desesperados,
eles ajudam a calmar
meus ânimos com luz,
refletida na cara gorda
de dom pedro primeiro,
do barão de rio branco.
refletida na cara magra
de pedro álvarez cabral,
de tiradentes paga-pato.

e tudo regressa ao início
de uma linda pilhagem
que chamamos amor fati.

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