ainda acordo com os
gatos & buda na cabeça.
a mais nova, juno,
ontem sentou no meu colo,
eu feito um índio
ancestral enrolado no lençol,
tentando sair do
samsara e entrar no dharma,
mas dando muitos
pequenos risos por dentro.
eu justamente meditava
concentrado em pensar
que todos os seres
vivos mereciam compaixão,
principalmente aqueles
que me fazem muito mal.
então no meio de tudo
vieram as chagas de cristo.
juno não se mexeu pois
os bichos, diz buda, estão
num nível abaixo do
nosso na, digamos, corrida
evolutiva do espírito
flutuante até deixar a carne.
mas juno me olha como se
fosse leonardo da vinci.
terminada a meditação,
juno e eu nos separamos,
estranhamente mal-humorados
um com o outro,
como passageiros que,
não sei por quê, levantam
imediatamente ao se
apagarem as luzes da cabina.
ou aqueles que, no
salão de embarque, enfileram
seus corpos ligeiros
assim que o voo é anunciado.
estou ficando verde,
cabeludo e bonito, embora
ainda não tenha tomado parte
em nenhuma das
inúmeras aparições pública
que pessoas fazem
das suas casas,
contando coisas próprias como
faríamos lá fora ao
depormos diante de um juiz.
outra vez este poema
não consegue ficar curto,
apesar de toda
dedicação, não devo me frustrar.
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