para
moraes moreira
in
memoriam
pelos meus olhos
tristes de morte,
da vida à mingua,
fechados-calmos,
explodem flores,
de carne e amor.
hoje tu vais longe
como se partisse
os teus vândalos
em time de bola.
hoje aqui morre
o riso da abelha,
que essa criança
dos anos oitenta
bem sabia imitar.
quantos fedelhos
tu não fizeste rir
da simples ideia
do zum infantil?
abelha carneiro
que salvou pais
jovens e loucos
aperreados até
por não terem
forma de saber
porque choram
os tristes filhos.
não rir é difícil
quando se pensa
qualquer coisa
que tenha a ver
com tua imagem.
só por isso tens
entrada franca
no céu pequeno
de toda criança.
mestre que sabia
a secreta música,
a dor que traduz
vontade mágica.
juba-leão-preguiça,
és o próprio rosto
dos heróis de gibi.
e nós ficamos aqui
com vilões pálidos,
o coração no bolso.
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