faço as pazes com a
falha,
teu olho cinza me
acalma
dentro do inferno de
ferro
que sobrevoa nossos
dias.
fugiste pelo mundo,
deste
tantas voltas – fiquei
aqui.
a mil por hora tu dormiste,
sentada e triste no
poema.
eu olho para tua
tristeza,
engulo tua voz madrasta
que range feito essa
porta
que se abre para o
exílio.
é tua a tristeza mais
linda,
ficas linda assim
horrível.
não me admira tu teres
levado isso tão a
serio.
eu também teria amado
a morte, erguido os
olhos
para as rachaduras nítidas
na harpa do riso mortal.
amanheço calmo de ti,
tua carne barbitúrica
arremete em todo lugar
contra meus sonhos.
alheia à dor do mundo
entraste no teu buraco
com brios cossacos
na voragem do luto.
te aceito aqui bem
morta
como um anjo cinza.
teu sexo feito a mão
sobre o rosto sem traços.
verde úmido de bosta
antiga:
húmus ereto do meu descaso.
gongo infantil, cocktail
mental;
fantasmas em doce
ereção.
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