28.9.16

"os bons"


para onde olhas vês bons poetas.
todos parecem sentir com força
tudo que se lê se em seus poemas.
para onde olhas vês bons loucos.
que são poetas em cujos poemas
tudo é sensação mas nada é força.
para onde olhas vês muita força
ou nenhuma força, mas sentes
os termômetros da tua própria
deslizarem febris rumo ao polo.
para onde olhas vês, nos loucos
e nos menos raros bons poetas,
o que deverias ter forçado mais,
para atingir a gentileza satânica,
o equilíbrio entre doçura e faca.