faz frio aqui na terra,
juca, mas eu sei
que sentes minha
presença muito bem
fora da terra e dentro
do teu território.
o frio aqui é uma
conjuntura contínua,
percebes que guardamos
tanto de nós
para sobreviver às
geleiras da loucura.
me ensinaste com teu
peito a suplicar
pela magia simples que de
longe olha.
os barquinhos na
banheira ganham limo
e as camisas brancas se
tornam amarelas
no pano ritualístico da
lágrima comum.
desculpe se não deixo
que desapareças,
desculpe se não permito
que descanses,
mas faz frio hoje, juca,
faz frio na terra,
e nenhum dia é jamais
um dia comum
desde que os barquinhos
na banheira
ganharam limo e o limo
é feito o afeto
que diluo em lembranças
inventadas
e verifico em rugas debaixo
dos olhos
fechados na proteção
dos teus cabelos.
3 comentários:
meu bem, você desliza lindamente por essas placas de memórias recriadas. sentimental, no melhor sentido da palavra e por isso, potente.
queria ter conhecido a tua mãe.
caralho, Leo, que lindo. chorei.
Mary
Amo demais este! beijos da tia
Postar um comentário