bruxinha, não se
preocupe,
teu caldeirão
derramou-se
por dentro do meu
instinto.
dias duros servem para
afiar
as tuas garras de
guaxinim e
a minha escuridão
morcega.
afiar, portanto, polir
pedras
que bloqueiam os
acessos a
ponto de esgarçar os sinos
do nosso maior
desespero.
resta perder-se um no
outro,
arrombar de olhos
fechados
portas que nós inventamos
para proteger esse mistério
fugido para além da
criação.
um despertar bestial
arrasta
nossos corpos
despreparados
por uma correnteza estanque.
feridas, poços
premeditados
não faltarão nas
corredeiras.
mas perceba, bruxinha, você
é tudo o que trago nos
braços.
não é nobre atenuar o
trauma,
deslizemos com quatro
patas
ao estuário da nossa
colisão,
às portas abertas do
encontro
entre a violência e a ternura.
o amor também é
perder-se,
não se pode de olhos abertos.
nada deve ser preto e
branco,
nada mais deve ser
atenuado
e este deve ser nosso
deleite.
Um comentário:
Lindeza, lindeza pura.
aceito.
perder-se, me perder em voce, de olhinhos fechados, com o pe em ponta.
amor.
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