23.4.15

"dylanesca"


vejo em meu ofício
um poeta sem saída.

elabora paraquedas
nos becos de soslaio.

poeta é mais o beco
que a saída do poeta.

um beco sem saída
é a ideia do veludo
nas poltronas cinza,
ou sinos de outrora.

vejo em meu ofício
a vida que deveria
ser a do poeta vivo
na linha tracejada,
calabouço da moral
do poeta em ofício.

se eu fosse o poeta,
vendo o beco onde
em meu ofício pardo
adular empréstimos,
faria bigodes russos.

o poeta já não sabe
que ofício ou beco
são duas síndromes
da mesma exaltação.

Um comentário:

Isadora P. disse...

your craft is doing just fine, baby bat.