começo agora tarde
demais,
mas o outono é a
estação
que perfura a esperança
e ela tem a morte
heroica
das belas damas dos
filmes
judeus em cinemascope.
nos filmes em preto e
branco,
os ternos me parecem
todos
maiores que os atores,
as mulheres
são lindas e lembram,
em geral,
minha primeira madrasta.
mas é tarde demais
sempre
quando começo,
esgueirando-me
pelas paredes habitualíssimas
mas que assim reagem, rindo
aos estímulos, elos
da cadência,
com generosa
vulnerabilidade
e toda uma raspa de
espírito,
por que não dizer,
decadência
fiel ao sopro da nossa espécie.
por hoje desisto do mote justo,
do amor como nostalgia
primata.
ergo-me na beira da uma espécie,
mas começo agora tarde
demais.
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