o lar são as lascas do
amor,
elas se desprendem dos
tubos,
das argamassas e dos
cupins
em seu bacanal de madeira,
elas despejam ou
bloqueiam
nossa existência encharcada.
faz frio e nos
ambientamos
forçosamente a uma
condição
de cachecóis e névoa de
veludo.
na ignorância da nossa
bondade
e da nossa tentativa,
as coisas
começaram a desabar
logo cedo.
vesti uma calça cheia
de fungos
e fomos, entre os
escombros,
providenciar uma continuação
para as montanhas
tirolesas
de nossos profundos anseios.
agora compartilhamos as
gotas
de uma tempestade ultrapassada.
agora é o fim da noite tenebrosa.
nos procuramos entre os
lençóis
nas trincheiras da
madrugada.
há entre nós dois
montanhas
de penas leves que
cheiram
a penas de animais sensíveis.
as noites são guerras
silenciosas
com lembranças embaralhadas
e perigosas, você não
percebe,
e recorro ao teu corpo
para não
deixar soltar por
demais o meu.
desejaria que esta
manhã cinza
sinalizasse uma pausa em
toda
sabedoria maquinal do
homem.
as máquinas aqui estão
lentas,
meu amor, porque as
criamos
para que elas substituíssem
a tão ansiada rapidez
em nós.
Um comentário:
"as noites são guerras silenciosas
com lembranças embaralhadas
e perigosas, você não percebe,
e recorro ao teu corpo para não
deixar soltar por demais o meu."
eu percebo sim.
Postar um comentário