13.1.15

“entrincheirado”



lançadas as armas à lama,
impedido de sua patente,
tropa em fuga linha reta,
pedaços numa trincheira
aguardam o fuzilamento.

deus abandonou o drama
às manobras de combate,
lançado corpo em chamas
num lamaçal de segredos,
matilha os dentes de fora.

forçar a rosa dos ventos
no peito do combatente,
cruzar as sete mil léguas
da morte entrincheirada,
cair com a língua na lama.

pergunta-se do soldado
que espera a nova guerra,
deixado fora dos planos,
no bolso falsas medalhas,
na lama sono sem sonho.

não há mais armas à vista,
nenhum anúncio de trégua,
não se vive nas trincheiras,
as armas lançadas à lama
e toda esperança do mundo.

Um comentário:

Isadora P. disse...

Não se vive nas trincheiras, meu amor.