misericórdia repentina meus
olhos cegos,
frutas de uma estação entre
folhas secas,
rompe-se aqui a placenta dos
espasmos;
colhem-se pequenas raízes nas
calçadas.
vultos flácidos o que acompanha
o transe
em milésimos de à beira de más decisões.
sabes bem que o espírito não usa
pompa,
o amor é essa palavra preciosa
dos vultos;
eles acordam enquanto durmo dez
horas.
gasto como fausto e falo como
esquilo,
sempre levando alguma coisa até
a boca.
esperar cair os dentes da nova
primavera
durante o farto banquete dos
enfileirados.
pensar palavras duras que possam
definir
as noites bem dormidas nesse
outro lado
do que começa como sequência
diminuta
de algo que sobra às bocas sem
gengivas
para amaciar o sal da doença
introjetada.
não digo mais no espelho diga
meu nome,
acumulo suburbanas tarefas em
oito horas.
relaxo diante de uma cruz diante
de onde
relaxados mecânicos apostam e se
batem;
não se dignam a de uma vez
erguer a cruz.
somos todos de deus em minha
loucura
de infância com chocolates no
armário.
sinto sim que me afastas com
teus cílios,
que danças diante do meu podre
marfim.
cantar e chorar a vértebra do
resquício,
dar nó à corda com que se marca
o fim.
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