26.6.14

"não vale a pena falar"


no momento você deve resolver seus dentes e voltar para mim.
as raízes quedaram-se para baixo e penduram nossa infecção.
não vale a pena falar a pena não vale falar uma pena não falar.
acordamos a manhã a dentadas e vestimos a borracha da dor.
não há o que falar não fale o que há o que há não fala falamos.
copio as folhas que se abrem mortas num catavento carmesim.
as falhas nossas de cada dia nos dai hoje mas não perdoe nada.
não se pode perdoar o que cobre nossa intenção traumatizada.
das ruínas dos castelos erguemos cartas com furiosas carrancas.
da felicidade apalavrada fizemos um pacto para nossa espera.
nossos medos apavoram a síndrome dos frágeis coelhos pardos.
há belezas vagarosas no entremeio do teu molho para saladas.
e meu suco ralo de humanidade vindoura é doce como a morte.
e mordiscas meu antebraço com a promessa de um despejo feliz. 

Um comentário:

Isadora P. disse...

Sobre essas belezas vagarosas...

http://desencaixotandorita.blogspot.com.br/2014/06/a-virada-do-ano-chines.html