antes
de tudo, NOSSA!, esse poema é realmente muuuuito bom!
dito
isso, e ainda sobre o poema, eu tiraria o último verso,
a
rima é algo muito sorrateiro e inocente perto de tudo aquilo.
mas
ainda bem que eu sou eu e você não é eu, isso é bem legal de saber.
então,
não mude nada e, sobre o resto, que fazer?
(você tem toda a razão de estar puta com a tim, acho
que, depois de resolver essa pendenga, você deveria sair da tim e migrar para
claro, para falarmos um com o outro de graça – eu faria isso se pudesse, mas
uma vez tentei assassinar com uma caneta bic um desses atendentes de rede de telefonia,
e desde então tenho um tremendo bloqueio com a classe; talvez fosse o melhor
para o nosso bolso)
ouvindo
lupicínio; não façamos um com o outro algo que
nos
permita sentir tamanho rancor que esse homem sente.
mas,
no caso dele, que de fato é um poeta maior, esse rancor
se
transforma em pétala pesada de chuva, margaridas caindo do céu.
penso
muito em ti, continuo desarranjado e sem aviso de paz com minhas
entranhas.
há
algo de submerso que, ontem à noite, já bem tarde,
quando
estava com amigos num bar,
relou
com o focinho a superfície do problema.
deitei
com os pés para cima no ponto de ônibus.
totalmente
vazio, e cansado, e saudoso de muitas coisas.
e
com um certo medo progressivo de enlouquecer mais uma vez.
então
acabo pensando em ti, nos teus problemas de cigana.
nas
linhas da tua mão e nos teus pés de mujique.
nas
tuas tardes de saladas coloridas e bicicleta ergométrica.
e
nas tuas obsessões, quinta garota.
mas
tens absoluta razão em me chamar de meu amor.
não
sou nada além disso agora, sempre agora.
não
me alimento, ando curvado, resfolego,
mas,
apesar dos pesadelos com baratas homicidas,
tenho
dormido muito bem e inclusive até mais tarde.
quero
grudar com saliva meu amor no teu coração.
temos
muito a fazer agora, então mãos à obra!
daquele
que morre doce ao ser chamado meu amor.
L.
M.