9.5.14

"sobre ninfas e gafanhotos"



limpo meu rosto com sabão líquido
e não há novamente energia na casa.
sou um masoquista que rejeita a dor
que procura o masoquista obstinado.
o amor é luxúria mais ciúmes, logo,
contigo não entendo e choro mínimo.
contigo não me movo e morro besta.
contigo removo joelhos sem futuro,
esmago gafanhotos de uma tragédia.
o rosto nunca alcançará o encontro.
perdido nas relações internacionais.
havemos de nos entender no diabo
de nossas peles e mentes empíricas.
o que eu quero de ti é que escolhas
o que não podes silenciar em verbo
e que me faças, com a dor abrasante
dos serrotes eternos dos gafanhotos,
suportar a música das sete espadas.
e sobre eles me ajoelho gigantesco
pois que é som se não se reconecta?
parte melosa, a que eu mais conheço,
dor e morte e falta de talento azulado.
sobre a peça do fim, serrado ao meio,
lanço meu sangue sobre o teu cajado.

Um comentário:

Isadora P. disse...

Terrível, mas absolutamente lindo!

beijos, Leãozinho. Te encontro no dois de copas, depois que a chuva de gafanhotos passar.