só o que eu espero é que você me
cale,
que me sufoque de amor e me
roube
palavras com seus símbolos
antigos,
acenda seus olhos imensos e me
cale,
exploda na minha cara seus
dentinhos
esses que são dentinhos como de
coelho,
e que sempre que eu falar “dentinhos!”
você os ponha para fora feito um
coelho,
mas isso ainda não me cala e
aqui falo,
só o que eu espero é que você me
cale,
que roube minha carne e me
germine,
que reanime meus restos e me espante,
para sempre quero ficar
boquiaberto
diante da imperatriz do meu
destino,
e tiraremos algodão puro das
pedras,
e muitas vezes, de nossas
entranhas,
emergirão os ancestrais
afogamentos,
e teremos o dobro de ar nas
brânquias,
porque somos marítimos e
caramujos,
e nosso fôlego será dividido em
pistões,
e nossas bocas estarão sempre coladas.
3 comentários:
Uau! A volta do poeta. Bjs. Mary
uau, e eu para sempre ficarei boquiaberta diante do imperador dos seus poemas. beijos! Dani
Se eu te calar, nunca vou me perdoar.
Quero o contrário, você sabe.
Preciso da sua lua em gêmeos verborrágica, dupla, contraditória e transbordante exatamente dis-so aqui.
beijos colados, sem fôlego.
ass:_____ aquela que não impera nada, mas que caça coelhos e te traz todos, vivos,
por um triz.
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