no apartamento térreo
do edifício presidente médici
as cortinas não se
movem
e uma música detestável
emociona os alcoólicos,
que não pretendem mais.
fumo cigarros, ouço lou
reed
no apartamento térreo
do edifício presidente médici
onde afoguei os
perigosos
olhos de um rigoroso
amor.
minhas entranhas não escutam
a detestável música que
embala
a solidão irmanada em
pus seco
e cobram a ausência
química
que lhes impus para
poder
eu também tragar deste
farelo
das últimas horas
perigosas
nos pelos deste ano ímpar.
mas não há vento, a
chuva
não chamou atenção à
festa
que prepara o banho
frio
no apartamento térreo
do edifício presidente médici
onde torço para que
alguém
chore e cante de emoção
com essa música
detestável
e que lou reed faça a
vênia
ao tão famoso presidente
e com um riso desbocado
equilibre a causa
química
de minhas tristes entranhas
e obedeça ao sinal de
apelo
de minhas algemas
intocadas.
Um comentário:
Beijos, Leo. Mary
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