É Hölderlin
refugiando-se
em uma Grécia de
sonho
e transfigurando o
amor
em embriaguezes
mais puras,
nas da irrealidade...
(Emil Cioran)
sobretudo devo admitir
que sofro de uma
consciente
falta de informação,
apesar de todas essas
cartas,
teses mal ajambradas
sobre o que veio antes e
o porvir.
creio não ter meios
para investigar o que
me falta
saber para que me seja
possível viver entre
humanos.
ou talvez eu tenha,
e isso me assusta ainda
mais
e me inclino a pensar
que seja mesmo
provável.
um latido manhoso,
é como me comporto
diante de tal quadro.
estico-me até o que
veio antes,
encolho-me diante do
porvir,
procuro timidamente a
fusão.
mas estou cego: o
porvir é
a parte encolhida sobre
os olhos,
que enxerga em dobras e
que
jamais aconteceu, por
ter-se
passado, inclusive
essas cartas.
então aqui estou eu,
senhor de minha
síndrome,
com rédeas em volta do
corpo.
não mais o cavaleiro,
mas cavalo, paciente irregular
de uma bruta solicitação.
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