vulto que se cala à
medida que avança,
passageira preciosa do
primeiro embarque.
agora que falar é matar
o que não foi dito,
um jato de esperança
umedece a face morta.
mas o futuro não passa
de um arrojado arco
que evolui sobre a seca
de um lago escuro.
me atrai o medo que, sem
ti, cego improvisei.
atormentado que fui por
minha própria sede
acabei afogado num
oceano de invernos.
hoje procuro tua
lembrança em espelhos,
porque sempre há algo
que sobra em nós
nos cacos de um passado
nunca morto e
que nem mesmo se pode
chamar passado.
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