queria
inspiração agora que levanto
para
deixar um pensamento rápido
e
seguir andando, como quem nega
que
aquilo tenha sido exatamente
uma
inspiração ou explosão criativa,
sorri,
dá bom dia ao porteiro e estala
os
dedos com uma batida de Mingus
e
desliza pela rua roubando as maçãs
do
feirante italiano que tira o chapéu,
enxuga
a testa e dá um longo assovio,
como
aquele dos desenhos animados,
e
sozinho vai, sem nenhuma revelação
a
não ser a sensação de tê-la deixado
para
trás num pensamento feito a jato,
já
que a maioria é ninguém e a minoria
é
todo mundo; e tudo que resta de nós.
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