eles
estão firmes e dão medo
quando,
estendidos em fileiras,
nos
olham como se acusassem
nossa
falta de conhecimento.
nós
viemos para derrubá-los,
parecemos
dizer sem firmeza,
e
quando tratamos de fazê-lo,
sentimos
o peso dos seus dias.
se
eles eram mil, um milhão,
seu
peso infinito nos ombros
permite
perder a conta, pesar
apenas
um algo além da conta.
mas
agora acabou o trabalho,
nos
lavamos, e somos muito
pouco
diante da surpreendente
cena,
fruto do trabalho feito.
ali
os que antes davam medo,
soldados
rasos na testa do tempo,
e
que pesaram muito ao desabar,
agora
flutuam num holocausto
híbrido
porque, mudados, ainda
sustentam
a vergonha dos que,
com
medo, os levaram ao chão,
jogados
em letras de esqueleto.
não
há perdão para tal mudança,
parecemos
dizer a nós mesmos,
enquanto
saímos para o mundo,
que,
reparamos, não é o mesmo.
fingimos
não reparar no gemido
mesopotâmico
que sopra o estreito
corredor
apinhado de seis mil anos
de
bravos homens, uns nem tanto,
de
barbas longas, largas costeletas
e
todo o conhecimento do mundo,
transformados
em massa de poeira,
enquanto dormes um sono limpo.
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