28.10.12

“quinta de mahler - finale”


Para Luiz Cervasio

não seremos inteligentes, eis a dádiva.
a tentativa da inteligência nos matou em dez segundos.
diremos ao deitar, no ouvido da pessoa amada:
“essa é a coisa mais importante que já me aconteceu”.
e isso será sempre sem inteligência.
aceitaremos as relíquias de uma Atlântida nevada,
e isso também será sem inteligência.
o que queremos é a rosa na boca do trompete.
a inteligência quer uma história, um contorno,
mas sabe-se o quão redonda pode ser a imprecisão.
basta olhar um monte de pó que flutua no chão do teu quarto,
e verás que a beleza não tem nada a ver com a inteligência,
e não haverá inteligência alguma enfim, e acolherás o pó.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu vejo você e o Luis conversando nessa poesia.

Coisa linda.

Ana.