Para
Luiz Cervasio
não
seremos inteligentes, eis a dádiva.
a
tentativa da inteligência nos matou em dez segundos.
diremos
ao deitar, no ouvido da pessoa amada:
“essa
é a coisa mais importante que já me aconteceu”.
e
isso será sempre sem inteligência.
aceitaremos
as relíquias de uma Atlântida nevada,
e
isso também será sem inteligência.
o
que queremos é a rosa na boca do trompete.
a
inteligência quer uma história, um contorno,
mas
sabe-se o quão redonda pode ser a imprecisão.
basta
olhar um monte de pó que flutua no chão do teu quarto,
e
verás que a beleza não tem nada a ver com a inteligência,
e
não haverá inteligência alguma enfim, e acolherás o pó.